segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O governo de São Paulo e a ditadura militar

Quem acompanhou a reintegração de posse do acampamento Pinheirinho na semana passada,  pôde perceber a brutalidade  da Polícia Militar de São Paulo. Embora somente um vídeo com abuso de autoridade tenha recebido destaque na grande imprensa, noYou Tube é possível encontrar várias outras situações de excessos cometidos pela corporação naquele dia.

No  twitter e blog da instituição, uma nota descarada classifica a operação como "Reintegração de posse pacífica", o texto conclui dizendo que não houve feridos.
A mentira deslavada é contada como se ninguém tivesse  atentado para o lançamento de bombas de gás lacrimogêneo, tiros com bala de borracha, cassetetadas, e um morador ferido pela arma de fogo de um guarda municipal .

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Não é de hoje que sob a desculpa de "restabelecimento da ordem pública", a PM de São Paulo vem adotando essa extrema violência a lá ditadura. Além de moradores indefesos, o orgão também tem um crescente histórico de agressões a  manifestantes e grevistas.

Pois bem, na semana passada aconteceu outro fato  bastante interessante que ajudou a esclarecer porque essa força de segurança tem a cara da ditadura brasileira. E não foi em Pinheirinho  não!

Até sexta-feira, o site da  Secretaria da Segurança  Pública (SSP/SP), exibia uma passagem histórica onde o governo estadual tratava o golpe militar de 1964 como "Revolução de Março", um termo utilizado por grupos que negam a ditadura ocorrida no Brasil (1964-1985)

"Em 25 de agosto de 1961, o presidente Jânio da Silva Quadros renunciou a seu mandato. Em 31 de março de 1964 iniciou-se a Revolução, desencadeada para combater a política sindicalista de João Goulart. Força Pública e Guarda Civil puseram-se solidárias às autoridades e ao povo", afirmava página que estava na seção "Institucional - Histórico" da Polícia Militar.



Curiosamente, quem chamou a atenção para o fato foi o jornal Folha de São Paulo, que em 2009 definiu o mesmo período histórico como "ditabranda" em seu editorial.
Depois que a (SSP/SP) foi questionada pelo veículo, a exaltação da ditadura sumiu da página,  o governador Geraldo Alckmin então tentou se retratar dizendo que "o texto relacionado ao ano de 1964 não reflete o pensamento da Secretaria da Segurança Pública e foi retirado do site".
Tarde demais, a máscara caiu para o PSDB!

Se não refletia, o que estava fazendo lá então?

O brasão da Polícia Militar tem 18 estrelas que representam "marcos históricos" da corporação. Uma delas refere-se ao golpe militar como "revolução". 
O nome de batismo (Polícia Militar) surgiu durante o governo do presidente militar, general Emílio Garrastazu Médici, em 1970.

Nos últimos anos, Pm's paulistas tem protagonizado cenas de abusos contra camelôs, bancários, professores, estudantes,  entre outros. Em 2008, saíram na pancada até mesmo  com os próprios colegas da Polícia Civil, quando esses foram "pertubar a ordem" do então governador José Serra, pedindo melhores salários e condições de trabalho no Palácio dos Bandeirantes.

Assista o vídeo com o flagrante de uma agressão  gratuita a um morador de  Pinheirinho:


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